Uma breve análise da paratopia criadora dos integrantes do BTS

Karen Naomi Aisawa
14 min readNov 12, 2020

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Foto de RM lendo um livro

Quando pensamos em obra, automaticamente nos vem à mente a imagem de seu autor, e vice-versa. Autor e obra. Essas duas noções parecem estar sempre coladas uma à outra, imbricadas, e falar de uma é necessariamente falar da outra. Entretanto, apesar de serem tomadas no dia a dia como termos de significado estabilizado, na realidade as coisas não são tão simples: enquanto no senso comum a obra é tida como material autoral que já nasce pronto (sem passar por diversos processos criativos e editoriais), o autor é tido como um indivíduo completo, um gênio que, ao publicar um texto, dá luz a um objeto editorial que inscreve e materializa uma pequena parte de sua genialidade sem levar em conta as atividades, processos e práticas implicadas no sistema literário.

Autor não é simplesmente aquele que escreveu um texto e o texto não é simplesmente aquilo que foi escrito pelo autor. Apesar de serem elementos essenciais para o funcionamento do sistema literário, eles são apenas peças de um quebra-cabeça maior que engloba outras instâncias, tais como as editoras de livros, as feiras, as premiações e as críticas literárias, por exemplo.

Assim, como partes de um sistema em constante movimento, as noções de autor e obra não são estáveis, mas estados (no sentido de condição temporária). A autoria é uma posição num campo que é construída e gerida a todo momento a partir das relações entre 3 instâncias, pensadas pelo linguista francês Dominique Maingueneau em sua obra intitulada Discurso literário (2006): são as instâncias “pessoa”, “escritor” e “inscritor”.

Em breves linhas, podemos dizer que tais instâncias se relacionam aos aspectos que formam um autor: a instância ‘pessoa’ se refere a um indivíduo no mundo, dotado de estado civil, como um membro de um grupo social; a instância ‘escritor’ designa o ator que define sua trajetória na instituição literária e se refere ao ‘modo de difusão’ da obra, e a instância ‘inscritor’ se refere ao sujeito da enunciação, englobando os ritos genéticos, incluindo tudo o que um autor mobiliza para construir sua obra, inclusive os ritos propriamente editoriais (SALGADO; DORETTO, 2018, p. 5).

Em outras palavras, a instância “pessoa” diz respeito à relação estabelecida entre o escritor e a sociedade (indivíduo no mundo, “com RG e CPF”, como diz a Luciana), enquanto “escritor” diz respeito à relação entre o escritor e a obra (figura de autor produzida) e “inscritor” diz respeito à relação entre a obra e a sociedade (circulação da obra).

Assim, de acordo com Maingueneau, a autoria se produz a partir do entrelaçamento entre as 3 instâncias apresentadas e, mesmo que uma delas seja mais proeminente que outras, todas devem existir para que seja instaurada a figura do autor. Essa teoria, chamada Paratopia criadora, diz respeito a uma “espécie de equilíbrio instável entre a ação de pertencer a um espaço e ao mesmo tempo produzi-lo, nos direciona[ndo] a um ‘quase-lugar’, um lugar impossível, para-topia” (SERRÃO, 2017, p. 41), e é frequentemente ilustrado a partir do nó borromeano, figura que nos permite vislumbrar com clareza as instâncias mais proeminentes de cada autoria:

Nó borromeano das três instâncias da paratopia criadora. Fonte: SALGADO, 2016

Apesar de ser uma teoria para pensar o literário, vamos sair um pouquinho desse campo e ir para o campo da arte, mais especificamente, o campo da música, pois pretendemos estudar a constituição da “autoria” dos membros do BTS. Para tanto, tomaremos como corpus de estudo as páginas da Wikipédia de cada um dos membros. A opção pelas páginas da Wikipédia como fontes se deveu especialmente pelo valor a elas atribuídas por cada comunidade discursiva: embora para o meio acadêmico elas não valham como “fontes confiáveis” devido ao seu caráter wiki, isto é, de escrita compartilhada, para campos como o da literatura, do cinema e da música, por exemplo, o fato de ter uma página sobre determinado individuo ou obra frequentemente é tido como algo positivo e até mesmo desejado, pois indica consagração e reconhecimento.

Mas antes de partir para as análises, já deixo aqui um aviso de antemão de que este esboço de análise não se pretende exaustivo, uma vez que não nos debruçaremos sobre o conteúdo das páginas na sua totalidade, mas nos ateremos principalmente ao texto introdutório e aos tópicos listados nos índices de cada entrada, que nos parecem suficientes neste momento, embora, claro, superficiais.

Comecemos então com o rapper e líder do grupo, RM, cujo nome verdadeiro é Kim NamJoon:

Kim Nam-joon (hangul: 김남준; nascido em 12 de setembro de 1994), mais conhecido por seu nome artístico RM (anteriormente conhecido como Rap Monster (hangul: 랩 몬스터)),[2] é um rapper, compositor e produtor musical sul-coreano. Tornou-se popularmente conhecido por ser integrante do grupo sul-coreano BTS. Em 2015, lançou sua primeira mixtape, intulada RM.

No breve parágrafo do texto introdutório reproduzido acima, evidencia-se, especialmente, a instância “escritor”, quando fala de sua carreira como “autor” (noção tomada aqui como “aquele que cria”).

Em seguida, temos o seguinte índice de tópicos abordados na página:

Quanto à biografia, nenhum segredo: evidenciam-se as instâncias “pessoa” — quando falam de sua família, data e local de nascimento e de seu elevado desempenho escolar e QI de 148 — e “escritor” — quando falam de seu percurso e atividades como rapper independente antes de entrar para o BTS.

Já o item 2, “Nome”, diz respeito ao seu nome artístico, que no início era Rap Monster, mas foi alterado em 2017 para RM, uma vez que Kim Namjoon não se sentia mais contemplado pelo “monstro do rap”. Assim, este tópico também evidencia as instâncias “pessoa” e “escritor”.

Como esperado, nos tópicos 3, “Carreira”, e 4, “Arte e impacto”, são evidenciadas as instâncias “escritor” e “inscritor” ao falar sobre os diversos trabalhos do rapper, como produções de músicas, colaborações com outros artistas, participações em programas de variedades, entre outros, e também de suas posições em rankings de popularidade. As mesmas instâncias são postas em evidência no tópico 5, “Discografia”, mas desta vez o destaque é maior para as “obras”, neste caso, as músicas e mixtapes produzidas pelo artista, ampliando a instância “inscritor”.

No tópico 6, “Filmografia”, é feita a divisão em “programas de variedades”, que podemos dizer que evidenciam as instâncias “pessoa” e “escritor”, e “reality shows”, que destacam a instância “escritor”. Por fim, no tópico 7, “Videografia”, evidenciam-se as instâncias “inscritor” e “escritor”. Temos, assim, o seguinte nó borromeano:

Nó borromeano da autoria de RM/Kim NamJoon

Passaremos em seguida para a página de Jin/Kim SeokJin, membro mais velho e um dos vocalistas do grupo:

Kim Seok-jin (hangul: 김석진; hanja: 金碩珍; rr: Gim Seok-jin; MR: Kim Sŏkchin; Gwacheon, 4 de dezembro de 1992)[2][3], mais conhecido na carreira musical por seu nome artístico Jin (hangul: 진), é um cantor, ator, compositor e dançarino sul-coreano. Estreou como membro do grupo BTS (também conhecido como Bangtan Boys) em junho de 2013.

Como no caso anterior, o parágrafo introdutório sobre Jin evidencia a sua face autora, isto é, a instância “escritor”, uma vez que destaca majoritariamente sua carreira. Em menor escala, temos, no início, a instância “pessoa”, uma vez que são expostas informações pessoais do artista, como a escrita chinesa e a pronúncia de seu nome, data e local de nascimento.

Em seguida, temos o índice da página:

1-Biografia: Ao contrário do líder RM, Jin não possui histórico no cenário musical antes de entrar para a gravadora Big Hit Entertainment. Assim, sua biografia consiste apenas em informações da ordem pessoal, como a composição de sua família e percurso acadêmico-escolar, evidenciando a instância “pessoa”.

2-Carreira: Neste tópico, é possivel identificar trechos que abordam todas as três instâncias da paratopia criadora, a começar pelas instâncias “pessoa” e “escritor”, quando conta sobre como o artista foi “descoberto” pela gravadora. A partir de então, o resto do tópico consiste num entrelaçamento entre as instâncias “escritor” e “inscritor”, pois põe em evidência sua carreira artística relacionando-a às suas produções, suas “obras”.

3-Habilidades artísticas: Este tópico diz respeito, majoritariamente, à instância “escritor” de Jin, bem como o tópico seguinte, “Influência”.

5-Outras atividades: Neste tópico, evidencia-se as instâncias “pessoa” e “escritor”, com mais relevo à primeira, pois dizem respeito a ações de sua vida pessoal que acabam “vazando” para sua vida profissional.

6-Discografia: Evidencia-se as instâncias “escritor” e “inscritor”.

7-Filmografia: Tanto nos programas em que Jin atuou como apresentador como nos programas de variedades de que participou, evidencia-se a instância “escritor”.

Por fim, em “Prêmios e indicações”, evidencia-se as instâncias “escritor” e “inscritor”. Temos, com isso, o seguinte nó borromeano, bem parecido com o de RM, exceto pela instância “inscritor”, um pouco maior na página de Jin:

Nó borromeano da autoria de Jin/Kim SeokJin

Seguimos então para a página de Min YoonGi, mais conhecido pelo nome artístico Suga, outro rapper do grupo.

Min Yoon-gi (hangul: 민윤기; Buk-gu, Daegu, 9 de março de 1993), mais conhecido por seu nome artístico Suga (hangul: 슈가; estilizado como SUGA), é um rapper, compositor e produtor musical sul-coreano. Tornou-se popularmente conhecido por ser integrante do grupo BTS, formado pela Big Hit Entertainment em 2013.[2] Em 2010, antes de estrear no BTS, fazia parte de um grupo de underground rap em sua cidade natal, chamado D-Town.[3] Em 15 de agosto de 2016, lançou sua primeira mixtape, intitulada Agust D, do qual saíram dois vídeos musicais para os singles “Agust D” e “Give it to Me”.[4][5] O álbum foi incluído na lista das 20 melhores mixtapes de 2016 do canal Fuse.[6]

Como nos outros, temos, no início deste parágrafo introdutório, informações relativas à instância “pessoa”, para então serem apresentadas informações sobre sua carreira (instância “escritor”) e, enfim, suas “obras” (instância “inscritor”).

Em seguida, é apresentado o índice da página, com menos tópicos que os outros dois analisados:

1-Biografia: Como esperado, destacam-se neste tópico as informações pessoais sobre a trajetória do artista (instância “pessoa”) e seu início de carreira (instância “escritor”).

2-Discografia: Este tópico, dividido em 3 temas, será analisado separadamente. Primeiramente, na seção “Agust D” (nome artístico solo de Min Yoongi e título de sua primeira mixtape), evidencia-se fortemente a instância “escritor” ao falar da carreira solo do rapper; já na seção “Vídeos musicais”, como o título sugere, ganha destaque a instância “inscritor”; na seção “Recepção crítica”, há uma mescla entre as instâncias “escritor” e “inscritor” e, por fim, na seção “Lista de canções” evidencia-se a instância “inscritor” ao listar as “obras” que figuram sob a autoria de Suga. Temos, assim, um equilíbrio maior entre as instâncias “escritor” e “inscritor”, como observável na figura a seguir:

Nó borromeano da autoria de Suga/Min YoonGi

Finalizando os membros da Rap line (subgrupo que engloba todos os rappers de um grupo) do BTS, seguimos para Jung HoSeok, mais conhecido como J-Hope.

Jung Hoseok (hangul: 정호석; hanja: 鄭號錫; rr: Jeong Ho-seok; MR: Chŏng Ho-sŏk; Gwangju, 18 de fevereiro de 1994),[2] mais conhecido na carreira musical por seu nome artístico J-Hope (hangul: 제이 홉; estilizado como j-hope), é um rapper, dançarino, compositor e produtor musical sul-coreano. Ele é popularmente conhecido por ser integrante do grupo masculino BTS.[3]

Como os anteriores, o texto introdutório de J-Hope também se inicia com informações pessoais (instância “pessoa”) e depois se volta mais às informações profissionais (instância “escritor”).

Em seguida, tem-se o seguinte índice:

1-Vida pessoal: Como sugerido pelo título, são evidenciadas nesta seção as informações da vida pessoal do artista antes de debutar (estrear) sob a gravadora Big Hit Entertainment, destacando a instância “pessoa”.

2-Carreira: Surpreendentemente, a despeito do título da seção, este tópico aborda mais informações pessoais (instância “pessoa”) que informações sobre sua carreira profissional, como se esperaria. Esta última, que diz respeito à instância “escritor”, parece reservada apenas aos dois últimos parágrafos, nos quais aborda também algumas de suas “obras”, evidenciando a instância “inscritor” também.

Por fim, tanto o tópico 3, “Discografia”, quanto o 4, “Filmografia”, como esperado, põem em evidência a instância “inscritor” ao falar das “obras” de J-Hope. Temos, assim, o seguinte nó borromeano:

Nó borromeano da autoria de J-Hope/Jung HoSeok

Como observável na figura acima, ao contrário das outras páginas analisadas, a entrada de J-Hope na Wikipédia destaca mais a instância “pessoa”, isto é, suas informações e experiências como um indivíduo no mundo.

Em seguida, temos Park JiMin, mais conhecido simplesmente por Jimin:

Park Ji-min OMC (hangul: 박지민[1]; hanja: 朴智旻; nascido em 13 de outubro de 1995),[9] mais frequentemente creditado na carreira musical apenas como Jimin (em coreano: 지민),[1] é um cantor e dançarino sul-coreano. Jimin ganhou destaque mundial como membro do grupo masculino BTS (também conhecido como Bangtan Boys), formado em 2013.[10][11] O grupo vendeu mais de dezesseis milhões de álbuns só na Coreia do Sul em vendas físicas, de acordo com o Gaon Music Chart, e se tornou o artista com o maior número de vendas a estrear noa década de 2010.[12]

Em 2018, ele foi premiado com a Ordem de Mérito Cultural Hwagwan da quinta classe pelo Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in.[13] Jimin estabeleceu um recorde e uma nova marca para cantores coreanos com as canções “Lie” (2016), “Intro: Serendipity” (2017) e “Serendipity (Full Length Edition)” (2018), ao atingir 50 milhões de streams no Spotify em 2019, com cada canção.[14]

Como observável, o texto introdutório de Jimin é o mais longo dentre os analisados até aqui. Como os outros, o parágrafo tem início com informações pessoais do artista (instância “pessoa”) e passa em seguida para a sua carreira (instância “escritor”), destacando, por fim, algumas de suas “obras” notáveis (instância “inscritor”).

1-Vida e carreira: no primeiro período abordado por este tópico, que compreende os anos de 1995 a 2015, evidencia-se a instância “pessoa” de Jimin. Em seguida, o texto concentra-se na carreira do artista (instância “escritor”), citando algumas de suas obras ao longo desse percurso (instância “inscritor”) que é descrtito detalhadamente até o final deste tópico.

2-Imagem: No subtópico “Influências e estilo”, destacam-se as instâncias “pessoa” e “escritor”, com algumas menções a suas obras, evocando também a instância “inscritor”. Já no subtópico “Imagem pública” são realçadas as diversas qualidades de Jimin, que dizem respeito à sua personalidade (instância “pessoa”) e, por extensão à sua carreira (instância “escritor”).

3-Impacto cultural: Como o título sugere, aqui é evidenciada a influência do vocalista no mundo, que diz respeito à instância “escritor”.

4-Filantropia: Neste tópico, são abordadas as ações de caridade de Jimin, que dizem respeito às instâncias “pessoa” e “escritor”.

5-Controvérsia: Foram abordadas neste tópico as diversas ameaças de morte que Jimin recebeu anonimamente via internet. Tais atos relacionam-se à instância “escritor”.

6-Vida pessoal: Apesar do título do tópico, são abordados aqui tanto fatos da instância “pessoa” quanto da instância “escritor”, em uma espécie de compilado de fatos que não possuem muita relação entre si.

7-Filmografia: Nesta listagem de “obras” do artista, é evidenciada a instância “inscritor”, bem como a instância “escritor”, esta última referente às suas participações em programas diversos.

8-Discografia: Como esperado, destaca-se aqui a listagem de “obras” do artista, referentes à instância “inscritor”. Por fim, no tópico “Prêmios e indicações”, evidencia-se a instância “escritor”, formando o seguinte nó borromeano:

Nó borromeano da autoria de (Park) Jimin

Vemos então que, ao contrário de J-Hope, a página de Jimin atribui grande destaque à instância “escritor”.

Em seguida, temos a página de Kim TaeHyung, mais conhecido pelo nome artístico V:

Kim Tae-hyung (hangul: 김태형; hanja: 金泰亨; rr: Gim Tae-hyeong; MR: Kim T’aehyŏng; Daegu, 30 de dezembro de 1995), mais conhecido na carreira musical por seu nome artístico V (hangul: 뷔; rr: Bwi; MR: Pwi), é um cantor, ator e compositor sul-coreano. Tornou-se popularmente conhecido por ser integrante do grupo sul-coreano BTS, formado pela Big Hit Entertainment em 2013. Em dezembro de 2016, realizou sua estreia como ator na série Hwarang: The Beginning.

Nenhuma novidade neste ponto: temos, inicialmente, a apresentação de informações pessoais do artista (instância “pessoa”), seguidas de informações sobre sua carreira (instância “escritor”).

Temos, em seguida, o índice:

1-Biografia: Neste tópico, temos a exposição de informações pessoais sobre o artista, tais como a constituição de sua família, as escolas que frequentou e como foi “descoberto” pela Big Hit Entertainment, evidenciando a instância “pessoa”.

2-Carreira: Nos subtópicos “BTS” e “2016 — presente: atividades individuais”, são destacadas informações referentes às instâncias “escritor” e “inscritor” do vocalista. Já nos subtópicos “Programas de variedades” e “Televisão”, bem como nos tópicos “Arte” e “Impacto e influência”, destaca-se a instância “escritor”.

5-Discografia: Como esperado, este tópico centra-se nas “obras” produzidas por V, evidenciando, portanto, a instância “inscritor”. Por fim, tanto em “Filmografia” quanto em “Prêmios e indicações”, ressalta-se a instância “escritor” do artista. Dado isso, temos o seguinte nó borromeano:

Nó borromeano da autoria de V/Kim TaeHyung

Por último, mas não menos importante, temos Jeon JungKook, mais conhecido simplesmente por Jungkook:

Jeon Jung-kook OMC (hangul: 전정국; hanja: 田柾國; chinês simplificado: 田柾国, pinyin: Tián Jiùguó; Busan, 1 de setembro de 1997),[7] mais frequentemente creditado na carreira musical apenas como Jungkook (em coreano: 정국), é um cantor, compositor, dançarino e produtor musical sul-coreano. Jungkook ganhou destaque mundial como membro do grupo masculino BTS (também conhecido como Bangtan Boys), formado em 2013.[8][9] O grupo vendeu mais de dezesseis milhões de álbuns só na Coreia do Sul em vendas físicas, de acordo com o Gaon Music Chart, e se tornou o artista com o maior número de vendas a estrear na década de 2010.[10]

Em 2018, ele foi premiado com a Ordem de Mérito Cultural Hwagwan da quinta classe pelo Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in.[11]

Como os outros, o texto introdutório da página de Jungkook começa com informações pessoais (instância “pessoa”) e passa para informações profissionais (instância “escritor”). Em seguida, temos o índice:

1-Vida e carreira: No início deste tópico, mais especificamente no primeiro parágrafo, são evidenciadas as informações pessoais de Jungkook antes de entrar para a gravadora Big Hit Entertainment, evidenciando a instância “pessoa”. Em seguida, passa-se às informações sobre sua vida profissional, com destaque para as instâncias “escritor” e “inscritor”, ao falar também sobre as “obras” produzidas pelo vocalista.

Em seguida, tanto no tópico “Imagem e impacto” quanto no “Controvérsias”, são destacadas informações referentes à instância “escritor” de Jungkook. Já em “Vida pessoal”, como esperado, destaca-se a instância “pessoa”, enquanto em “Filmografia” destacam-se as instâncias “escritor” e “inscritor”. Por fim, em “Discografia”, é evidenciada a instância “inscritor” de Jungkook.

Temos, assim, o seguinte nó borromeano:

Nó borromeano da autoria de (Jeon) Jungkook

Encerramos, com isso, esta análise (que se pretendeu breve, mas minha prolixidade atacou novamente) sobre a autoria de cada um dos integrantes do BTS. Minha ideia aqui foi tentar fazer algo diferente transportando a teoria de paratopia criadora, uma teoria do literário, para o campo do entretenimento.

Foi também a minha primeira vez trabalhando com essa teoria, então com certeza terão erros aqui, acolá, ou mesmo no texto todo. Aceito críticas e sugestões também!

Até breve!

*Reflexões provenientes de discussões da disciplina de pós-graduação “Literatura e mercado editorial”, ministrada por Luciana Salazar Salgado e Haroldo Ceravolo Sereza.

Referências bibliográficas:

MAINGUENEAU, Dominique. Discurso literário. Trad. Adail Sobral. São Paulo, SP: Contexto, 2006.

SALGADO, Luciana Salazar. Grupo de pesquisa “Comunica — Inscrições linguísticas na comunicação”: um trabalho no limiar. In: Anais II Jornada Internacional GEMInIS, 2016. Disponível em: <http://www.jig.ufscar.br/?wpfb_dl=33>. Acesso em: 12 nov. 2020.

SALGADO, Luciana Salazar; DORETTO, Vitória Ferreira. Implicações entre mídium e paratopia criadora: um caso de autoria exponencial. Acta Scientiarum. Language and Culture, v. 40(2), e40988, 2018. Disponível em: <http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciLangCult/article/view/40988>. Acesso em: 12 nov. 2020.

PEREIRA, Cláudia Maria de Serrão. O processo de constituição do livro Dois Irmãos: uma análise da paratopia criadora de Milton Hatoum. 2017. 107 f. Dissertação (Mestrado em Estudos de Literatura) — Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, 2017. Disponível em: <https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/8910>. Acesso em: 12 nov. 2020.

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Karen Naomi Aisawa

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